A alta nos custos dos fertilizantes usados para produzir alimentos no Brasil pode impactar ainda mais o preço dos alimentos. Como o insumo ainda é importado, a combinação de fatores econômicos, como o dólar alto, a Selic elevada e a instabilidade internacional, está tornando o cenário cada vez mais desafiador para o agronegócio.
Segundo o Relatório Focus, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estimado para 2025 é de 5,65%, enquanto a taxa básica de juros, a Selic, permanece em 14,25%. A cotação do dólar, que chegou a R$ 5,88, amplia ainda mais os custos dos insumos importados, com impacto direto na produção agrícola. O reflexo disso é sentido, sobretudo, em estados como o Mato Grosso, maior produtor de soja do país.
De acordo com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), apenas 38,4% dos produtores haviam adquirido fertilizantes até fevereiro de 2025, número significativamente inferior à média das últimas cinco safras. A retração no ritmo de compras está diretamente ligada ao aumento de preços e à falta de previsibilidade financeira. O custo da soja para a safra 2025/26 subiu 4,5%, atingindo R$ 7,43 mil por hectare. Os fertilizantes, por sua vez, encareceram 7,6% e já representam R$ 1,86 mil por hectare plantado.
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