Produtores gaúchos terão, nesta quinta-feira, 13, nova rodada de negociações com o governo federal sobre a importação de arroz pretendida pelo Palácio do Planalto. Representantes de todos os segmentos da rizicultura nacional estarão frente a frente com o Executivo federal em reunião mista, presencial e virtual, da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Arroz, desde Brasília, a partir das 14h.
A intenção é tentar convencer a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a desistir da aquisição de até um milhão de toneladas do cereal no Exterior, principalmente depois da anulação do leilão anunciada na terça-feira, 11. É provável que arrozeiros gaúchos subam o tom da argumentação diante da presença do presidente da Conab, Edgar Pretto, cuja participação no encontro não estava confirmada até as 15h desta quarta-feira.
“O governo deveria desistir e encontrar uma saída honrosa, antes que a situação fique pior e desestimule o plantio no próximo ano”, disse o presidente do Sindicato da Indústria do Arroz no Estado do Rio Grande do Sul (Sindarroz), Dudu Nunes, que classifica a iniciativa governamental como uma “medida eleitoreira”.
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Nunes salientou que o tabelamento do preço do grão ao consumidor configura “concorrência desleal”. “Se uma empresa privada fizer uma compra de um produto e jogar no mercado a valor inferior, que é o que o governo quer fazer, isso se chama concorrência desleal. Com certeza, a empresa seria punida pelos órgãos reguladores”, afirmou.
Aumento de preços
Para o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, o aumento especulativo dos preços do arroz, que o Planalto afirma querer combater, teria ocorrido inclusive em razão da atuação do próprio governo. Velho avalia que o anúncio da importação provocou uma corrida às gôndolas do supermercado, de consumidores temerosos com a falta do produto, além de alta de preços “fora do país, no Mercosul, e até na Ásia”. Simultaneamente ao fenômeno, os produtores do Estado enfrentavam, temporariamente, dificuldades de logística e de emissão de notas fiscais eletrônicas, em razão de estragos provocados pelas chuvas e enchentes de maio.
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