A exposição solar é o principal fator de risco para carcinoma ou melanoma. Os raios ultravioletas (UV) são considerados carcinógenos completos, ou seja, capazes de induzir o câncer. A genética também pode ser um fator de risco, em especial pessoas de pele clara, com dificuldade em se bronzear, com sardas, com olhos claros, pessoas ruivas, e aquelas com antecedentes de câncer de pele na família.
“Esses indivíduos têm um risco maior, porém, pessoas de pele mais escura também podem ter câncer de pele. Outros tipos de câncer também podem estar associados, pois existem genes que predispõem a mais de um tipo de câncer. Mulheres com histórico de câncer de mama, por exemplo, podem ter risco aumentado para o melanoma”, explica a dermatologista Thais Helena Bello Di Giacomo, especializada em câncer de pele.
A médica acrescenta ainda que cicatrizes de queimadura devem sempre ser monitoradas, porque pode surgir carcinoma em cima dessas cicatrizes.
Qual a principal diferença entre carcinoma e melanoma?
A principal diferença é o tipo de célula que origina cada um desses tipos de câncer de pele.
O carcinoma se origina das células que produzem a queratina, e o melanoma das células que produzem a melanina. Os carcinomas são a maior parte dos cânceres de pele, costumam ser mais superficiais e, em sua maioria, restritos à pele, sendo mais raro ocorrer metástase em algum outro órgão do corpo
Já o melanoma é um tipo de câncer menos frequente, porém mais agressivo, com maior chance de metástase quando é diagnosticado já numa fase avançada.
Segundo o Ministério da Saúde, a metástase é o estágio mais avançado do câncer, caracterizado pelo desprendimento das células do tumor inicial e sua disseminação para outras áreas do corpo pela circulação sanguínea ou linfática, onde formam novos tumores.
“É importante saber que o melanoma invasivo pode crescer em profundidade 0,1 milímetros por mês e isso faz com que, em poucos meses, ele atinja um nível de mais de um milímetro de profundidade, quando o risco de metástase começa a ser mais significativo. Então, é um tipo de câncer de pele que a gente realmente não pode demorar para diagnosticar”, alerta a dermatologista.
Como reconhecer um câncer de pele?
Existem mudanças e alterações nas pintas que merecem atenção: se você tem uma pinta que não combina com as outras, é um sinal importante.
“Qualquer bolinha vermelha, firme e que esteja crescendo precisa de investigação”, conta a médica.
A dermatologista Thais Helena explica que o método ABCDE ensina as pessoas a perceberem alterações importantes numa pinta. Confira:
• A de assimetria, ou seja, se um lado da pinta é diferente do outro;
• B de bordas, ou seja, as bordas de uma pinta benigna devem ser redondinhas, regulares. Se a borda parece um mapa, entrecortada, é uma borda de uma pinta que merece atenção;
• C de cores. Quanto mais cores numa pinta, maior o sinal de que algo está errado. “Então, que cores são essas? Marrom claro, marrom escuro, cinza, azulado, rosa, esbranquiçado? São várias cores que podem aparecer numa mesma pinta e que indicam perigo”;
• D de diâmetro: todas as pintas com mais de meio centímetro precisam ser olhadas pelo dermatologista;
• E de evolução. “A evolução é o mais importante do ABCDE, que é você perceber se uma pinta está mudando. Então, ou ela é uma pinta nova, ou ela mudou de tamanho, ou ela mudou de cor. Por algum motivo ela chamou atenção porque ela não está quietinha, ela está em evolução. Todo machucadinho, toda feridinha tem que sarar em duas a três semanas. Se isso não acontece, é importante ver o dermatologista”, alerta a especialista.
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