No Rio Grande do Sul, o mês de setembro é marcado pela celebração dos aspectos culturais que definem o tradicionalismo gaúcho desde a época da Revolução Farroupilha. Um dos símbolos preservados por gerações é o chimarrão, costume herdado dos povos indígenas da região.
Para honrar as raízes ou apreciar o sabor, a maioria dos gaúchos tem a erva-mate no seu cotidiano, junto ao kit de cuia, bomba e garrafa térmica. Além de razões afetivas e culturais, a bebida típica também contribui para a saúde, agindo na proteção cardiovascular, regulação intestinal e na redução do colesterol e açúcar no sangue.
Os benefícios do consumo da erva-mate para a saúde têm sido estudados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desde 2008, revelando resultados positivos sobre os componentes que podem ser absorvidos por meio da bebida, com destaque para ativos antioxidantes.
“Aliados à uma alimentação saudável e prática regular de exercícios físicos, os compostos bioativos presentes na erva-mate contribuem no processo digestivo e as propriedades anti-inflamatórias podem ser benéficas para a saúde geral e para a redução de condições inflamatórias”, explica a professora do curso de Nutrição da UniRitter Fabiana Fangueiro.
Alguns dos efeitos benéficos à saúde podem ser sentidos instantes depois do consumo, mesmo que esporádicos, como é o caso da ação digestiva e diurética. “Quando há o hábito regular de tomar chimarrão, alguns estudos apontam para os seus potenciais efeitos benéficos na saúde cardiovascular, hepática e redução do colesterol que podem ser notados no médio e longo prazo”, comenta a especialista.
Desde que os povos guaranis começaram a consumir as infusões de erva-mate, os efeitos anti-inflamatórios e antimicrobianos já eram observados empiricamente, principalmente pela ação de regulação intestinal. O que antes era conhecimento popular, nas últimas duas décadas, passou a ser comprovado cientificamente e, atualmente, pesquisas já estudam as propriedades da planta no tratamento de doença de Parkinson, câncer e obesidade, além de prevenção de danos cardíacos e hepáticos.
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