Embora as doenças cardiovasculares ainda sejam mais frequentes entre os homens, o número de casos em mulheres tem aumentado de forma preocupante, segundo o Ministério da Saúde. Atualmente, essas doenças são a principal causa de mortalidade feminina no país, superando até mesmo os cânceres de mama, útero e ovário juntos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), elas são responsáveis por um terço de todas as mortes de mulheres no mundo.
Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) revelam números ainda mais alarmantes em relação ao aumento significativo de mortes por infarto entre mulheres jovens: entre 1990 e 2019, houve um crescimento de aproximadamente 62% nas mortes de mulheres de 15 a 49 anos por infarto. Na faixa etária de 50 a 69 anos, o número quase triplicou, com alta de aproximadamente 176%.
Além disso, um levantamento do Instituto Nacional de Cardiologia (INC) mostrou que, entre 2008 e 2022, o número de internações por infarto aumentou no Brasil. Entre as mulheres, a média mensal passou de 1.930 para 4.973, representando um aumento de 157%.
Segundo a médica cardiologista Airma Cutrim, do Hospital Edmundo Vasconcelos, em São Paulo, a ocorrência de eventos cardiovasculares está relacionada ao envelhecimento natural, antecedentes familiares e ao estilo de vida em ambos os sexos. No entanto, a obesidade tem sido um fator de risco preocupante. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve um aumento de 63,3% no número de mulheres obesas no Brasil nos últimos 10 anos.
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