Os livros são excelentes, mas as pessoas podem nos ensinar muito. Conversava com uma mulher sobre o “salto de qualidade” que ela diz ter dado depois dos 50 anos, quando decidiu reavaliar suas prioridades. Depois de uma vida inteira em que sua lista foi encabeçada pelos filhos e pelo trabalho, decidiu que era hora de inverter algumas ordens. A principal delas foi colocar a si mesma em uma posição superior no ranking, dedicando mais tempo às coisas e pessoas que lhe trazem prazer e alegria.
Teve quem estranhou suas mudanças, embora nenhuma tenha sido radical. Alguns a chamaram de egoísta por, veja só, dedicar a si o seu próprio tempo. Como se o tempo das mulheres (logo, suas vidas) devesse estar disponível para ser utilizado de acordo com interesses e conveniências que não fossem as delas. Para persistir, precisou aprender a ignorar opiniões alheias e dizer alguns “nãos” que a fizeram sentir culpada. “Fácil não é, mas está sendo libertador”, contou.
Quando a gente escuta histórias como essa, a admiração logo é seguida pelo sentimento de incapacidade. Temos prioridades demais para poucos lugares no topo da lista, e costuma ser bem difícil manejá-las. Há muito a ser considerado e tudo parece importante. Nessas horas, uma boa saída pode ser “despriorizar” em vez de priorizar. Parece mero jogo de palavras, mas ajuda o cérebro a trabalhar a nosso favor.
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