O tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, poderá favorecer as exportações de commodities do agro gaúcho. Entre as culturas que devem ser beneficiadas destaca-se a do arroz. O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros (Federarroz), Alexandre Velho, explica que, atualmente, os norte-americanos são os principais fornecedores do cereal para o México. O país latino-americano, porém, também se abastece com o Brasil.
De acordo com Velho, outro fator que deverá influenciar os rumos dos negócios é a provável redução da área de plantio da orizicultura, na próxima safra dos EUA, entre 10% e 15%.
México e Canadá ficaram de fora das tarifas apresentadas por Trump na quarta-feira, 2, mas estão sujeitos a decisões tomadas anteriormente para pressionar os países a combater a imigração ilegal e o tráfico de fentanil. A tarifa aplicada sobre produtos oriundos do México é de 25%. Em 2024, os embarques de arroz dos EUA para a nação vizinha totalizaram 443 milhões de dólares.
O assessor de Relações Internacionais da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Renan Hein dos Santos, também vislumbra a possibilidade de ampliar embarques de arroz gaúcho para o México.
“O país se tornou um mercado importante. O tarifaço parece ser um grande estímulo para a renovação do acordo entre o Brasil e o México. Esse é um exemplo pontual de oportunidades”, explicou Santos.
Na avaliação do assessor, é “esperado e inevitável” que os países impactados com as regras impostas por Trump busquem parceiros de negócios mais confiáveis. “Na economia e no comércio internacional, as incertezas são um grande inimigo. É preciso ter relações confiáveis e sólidas”, pontuou, destacando a volatilidade atual do presidente norte-americano.
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