O rio Amazonas, o maior corpo d'água em extensão do mundo (descontando-se antigas contradições científicas), esconde mais segredos do que se pode pensar. Um deles é a existência de um outro rio que corre nas suas profundezas: o rio Hamza, descoberto em 2010, é um corpo d'água subterrâneo que passa pelos estados do Amazonas, Amapá e Pará, e vai desaguar do Atlântico.
O Hamza corre cerca de quatro mil metros "abaixo" da superfície do rio Amazonas. A bem da verdade, ele não é exatamente um rio, mas um aquífero: uma formação geológica subterrânea que armazena e transmite água, em camadas porosas e permeáveis, e não através de um canal definido.
Sua descoberta, conta o Portal Amazônia, foi viabilizada pela pesquisa que constituiu o projeto de doutorado de Elizabeth Pimentel, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que investigava, junto ao geofísico e hidrogeólogo Valiya Mannathal Hamza (cujo sobrenome foi dado ao corpo d'água em sua homenagem), o fluxo geotérmico na região de poços de petróleo perfurados pela Petrobras ainda na década de 1970.
Durante suas pesquisas, Elizabeth percebeu "uma grande diferença" no comportamento térmico da região amazônica, o que a levou à investigação dos fluxos de água sob o Amazonas.
A descoberta foi impressionante: um movimento de água subterrânea, a mais de dois mil metros da superfície, determinava um curso d'água com nascente e foz, vazão e velocidades de deslocamento variadas.
O fluxo era o Hamza, formado por "toda contribuição de água que flui entre o solo e as rochas permeáveis e se aloja em reservatórios subterrâneos" da Bacia Amazônica.
"Sua extensão coincide com a extensão do rio Amazonas, nas partes compostas por bacias sedimentares", a cerca de seis mil quilômetros da sueprfície. A largura do rio subterrâneo sob o Amazonas é, além disso, "correspondente à largura das bacias sedimentares", que varia entre 1 e 60 quilômetros.
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