Mais de dois meses após o Rio Grande do Sul ser atingido pela enchente que vitimou, até o momento, 179 pessoas, o Estado ainda registra 33 desaparecidos. Segundo o Instituto-Geral de Perícias (IGP), apenas sete deles têm material genético de familiares coletados pelo órgão. Entre os motivos, de acordo com o IGP, estão o fato de as famílias ainda não terem comparecido para doar material e até mesmo não haver familiares dos desaparecidos disponíveis para fazer as doações. O número representa 21% do total de vítimas.
As coletas de DNA ocorrem, de forma exclusiva, no Departamento Médico-Legal (DML) de Porto Alegre e nos Postos Médico-Legais (PMLs) de municípios atingidos no Interior, sempre de segunda à sexta-feira, das 8h às 18h. Na Capital, o DML atende à noite e em finais de semana, através do regime de sobreaviso.
Dos 33 desaparecidos, 22 são do Vale do Taquari, onde três corpos foram encontrados na última semana nas cidades de Teutônia, Roca Sales e Arroio do Meio, mas não foram identificados. À reportagem de Zero Hora, o coordenador da Defesa Civil Regional, Claiton Marmitt, disse que há vítimas de afogamento e soterramentos que ainda não foram localizadas, e por isso, as buscas seguirão por tempo indeterminado nos municípios atingidos.
Entre as cidades que registram desaparecidos no Vale do Taquari, também estão Cruzeiro do Sul, Lajeado, Estrela, Poço das Antas, Marques de Souza, Relvado e Encantado.
Na serra gaúcha, em Bento Gonçalves, quatro pessoas, todas mulheres, seguem desaparecidas, mais de dois meses após a enchente. Equipes do Corpo de Bombeiros seguem com as buscas e as manterão por tempo indeterminado. Um perímetro foi delimitado, mas há um indício, segundo o capitão da corporação, Gustavo Kist, de que os corpos podem ter sido arrastados pelo Rio das Antas.
— Tivemos 298 bombeiros trabalhando em Bento e utilizamos diversas técnicas para localizar os desaparecidos. Não há, no momento, possibilidade de encerramento das buscas. O perímetro está delimitado para encontrarmos estas mulheres, que têm entre 40 e 80 anos. O local onde desapareceram já foi exaurido, por isso delimitamos o cenário para o Rio das Antas — disse.
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