As projeções do mercado indicam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses pode superar o teto da meta de inflação, de 4,5%, ao longo de todo o primeiro semestre de 2025. Com isso, o Banco Central (BC) terá falhado na missão de cumprir o alvo já nos seis primeiros meses de vigência da nova meta contínua de inflação, aprovada este ano pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
O IPCA de dezembro só será divulgado pelo IBGE em 10 de janeiro, quando Gabriel Galípolo já será o novo presidente do BC. Com isso, é provável que ele terá de escrever duas cartas abertas explicando as razões do descumprimento da meta antes de completar um ano à frente da autarquia.
Em vez do sistema vigente até o fim deste ano, que considera o ano-calendário, a nova meta contínua de inflação leva em conta o IPCA acumulado em 12 meses. Se ele ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância, de 1,5% a 4,5%, por seis meses seguidos, considera-se que o BC perdeu o alvo.
Segundo as medianas do Sistema Expectativas de Mercado do BC, o IPCA acumulado em 12 meses até janeiro deve atingir 4,66%. Ele deve oscilar para pouco abaixo do teto em fevereiro, com 4,43%, e acelerar novamente em março (4,63%) e abril (4,64%). Em maio (4,44%) e junho (4,46%), a taxa prevista permanece apenas um pouco abaixo do limite superior. Mas as estimativas têm subido nas últimas semanas.
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