Você deve ter acompanhado alguns capítulos da separação da Shakira, que há cerca de dois anos foi traída pelo então marido com uma mulher bem mais jovem. Em meio a todos os detalhes curiosos (como a geleia de morango que teria ocasionado a descoberta da traição), teve um que me chamou a atenção – porque afeta não apenas a Shakira, mas todas as mulheres que estão na maturidade.
Segundo as notícias, um dos incômodos da cantora durante o divórcio teria sido as “ofensas” proferidas pela namorada de seu ex ao referir-se a ela – que vai completar 48 anos – como “velha” e “menopáusica”. Jamais saberei se é verdade, mas me interessa o fato dessas palavras serem utilizadas (e noticiadas) como “xingamentos”.
Não é novidade e nem acontece só com as famosas. Minha professora de 73 anos contou que, ao solicitar a uma mulher mais jovem que liberasse a vaga de idosos no estacionamento de um shopping, recebeu como resposta que “ela não produzia mais nada e não iria consumir”, motivo pelo qual deveria voltar para casa e recolher-se até a morte chegar.
Episódios como esses acontecem todos os dias – e é provável que você também tenha protagonizado alguns, assim como eu. Trata-se do preconceito mais bem-aceito entre nós: o etarismo (ou idadismo), que alimentamos ao associar o envelhecimento a coisas negativas, como a incapacidade, a irrelevância ou a feiura. Também é o preconceito mais democrático que existe, porque todos nós passaremos por ele quando envelhecermos (ou melhor, apenas os que tiverem a sorte de chegar lá).
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