Os dados mostram que esses incidentes geralmente ocorrem sem o conhecimento dos responsáveis, já que apenas 8% dos pais afirmam que seus filhos enfrentaram situações incômodas na web. O levantamento, parte da pesquisa anual TIC Kids Online Brasil, acompanha desde 2012 o uso da internet entre menores no país.
Luisa Adib, coordenadora do estudo, destaca que a porcentagem de pais que consideram seus filhos seguros online é próxima à dos que afirmam conversar com eles sobre os riscos da internet. “Um índice semelhante, de 76%, indica que ensinam e orientam sobre sites inapropriados, o que os faz crer que seus filhos estão protegidos”, afirma.
Em setembro, o ministro da Educação, Camilo Santana, propôs um projeto de lei para proibir o uso de celulares em escolas brasileiras. A medida já está em discussão no Congresso, e há consenso entre parlamentares do governo e da oposição sobre sua aprovação, com apenas alguns detalhes pendentes, como a abrangência da proibição para alunos do ensino médio.
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A pesquisa TIC Kids Online Brasil aponta ainda que um quarto das crianças e adolescentes exibe sinais de uso excessivo da internet, como a dificuldade de reduzir o tempo online. Além disso, 15% relataram ter deixado de comer ou dormir por causa da internet, e 16% ficaram incomodados ao não poder navegar. A pesquisa, realizada entre março e agosto deste ano, ouviu 2.424 crianças e adolescentes de 9 a 17 anos e seus pais ou responsáveis.
Outro dado alarmante é o número de menores que interagem com pessoas que não conhecem pessoalmente: 30% dos entrevistados afirmaram ter se comunicado com estranhos, índice que sobe para 43% entre os jovens de 15 a 17 anos. Essas interações acontecem principalmente em redes sociais (15%), aplicativos de mensagens (14%) e jogos (9%).
Uma novidade deste ano foi a análise do uso de redes sociais por faixa etária. A pesquisa revela que crianças mais jovens (9 e 10 anos) utilizam mais o YouTube, enquanto adolescentes mais velhos preferem o WhatsApp e o Instagram. Outro dado inédito mostra que as meninas tendem a buscar mais o apoio dos pais em situações desconfortáveis na internet: 52% delas recorrem sempre aos responsáveis, em comparação com 36% dos meninos.
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