Os pais de uma bebê de um ano e nove meses que morreu no Hospital São Vicente de Paulo, em Três de Maio, na Região Noroeste do Rio Grande do Sul, suspeitam de negligência no atendimento médico. A morte de Maria Clara Hirt ocorreu na terça-feira (5), após ser internada na instituição.
No sábado (9), parentes e amigos fizeram um protesto pelas ruas da cidade. Com balões brancos e cartazes, eles foram até a frente do hospital. O pedido era por justiça e melhor atendimento no local.
De acordo com os pais da menina, Maria Clara teve febre alta e vômito no dia 3 de novembro, e o quadro não era controlado por remédios. Na manhã do dia seguinte, ela foi levada para o hospital. A médica que atendeu a bebê disse que tratava de um quadro gripal, mas não teria feito nenhum exame, segundo os familiares.
“Em momento algum, desde que a Maria Clara internou, eles fizeram uma ecografia, uma tomografia na minha filha, em nenhum momento eles fizeram isso. Não, eles não fizeram, eles não investigaram, eles sabiam que havia uma infecção ali, só que não foi investigada”, alega Gabriela Hirt Soares, mãe da bebê.
A menina retornou para casa e à noite os sintomas pioraram. Maria Clara voltou para o hospital e, desta vez, segundo a mãe, foi constatado que ela estaria com laringite e um quadro de anemia. A menina foi internada e recebeu medicamentos. No entanto, até então, o médico pediatra não teria comparecido ao local, somente dez horas depois da internação.
“Faltou empatia, gente. O pediatra foi solicitado à noite, ele não foi. Ele receitou a minha filha pelo celular, ele não olhou a minha filha, ele nem tocou na minha filha”, lamenta Dieison Soares, pai da criança.
O diretor técnico do Hospital São Vicente de Paulo concedeu entrevista coletiva sobre o episódio na sexta-feira (8). Franklin Capaverde garantiu que os fatos serão investigados e que a instituição não se eximirá de culpa ou responsabilização de eventuais envolvidos, caso seja necessário.
“A gente vai investigar a fundo esse caso, apurar detalhadamente o que aconteceu. E depois a gente vai chamar a família pra que a gente possa detalhar toda a ocorrência em relação ao atendimento dessa paciente. Se houver responsabilidades, o hospital não se eximirá de culpa ou de responsabilização de qualquer um dos envolvidos”, pontua.
Em nota, a Prefeitura de Três de Maio afirmou que “está buscando esclarecimentos e apurando responsabilidades”. “O prefeito municipal, juntamente com a Secretária de Saúde, está acompanhando pessoalmente a investigação que está sendo realizada sobre o fato ocorrido”, diz trecho do documento.
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