O setor imobiliário cobrou o fim dos empréstimos que antecipam recursos do saque-aniversário do FGTS após o governo federal apresentar aos bancos uma proposta para ampliar o uso do FGTS como garantia em empréstimos consignados no setor privado por meio do eSocial nesta semana. Nesse tipo de empréstimo, o desconto ocorre na folha de pagamento, e o recurso do fundo serviria apenas como garantia em caso de demissão.
O principal argumento é que a antecipação do saque-aniversário drena recursos do FGTS para o financiamento imobiliário, além de deixar o trabalhador sem a possibilidade de acessar os recursos do fundo em casos de doenças graves ou calamidades.
Segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), o saque-aniversário já retirou mais de R$ 142 bilhões do FGTS desde 2019, comprometendo a construção de 580 mil moradias populares no País. A entidade diz ainda que o número de trabalhadores que usam o saldo do fundo como entrada para comprar imóveis passou de 73% em 2020 para apenas 30% em 2024, devido ao comprometimento dos recursos com empréstimos consignados vinculados ao FGTS.
“A criação de uma plataforma virtual para crédito consignado a trabalhadores do setor privado pode ampliar o acesso ao crédito, mas é fundamental que essa medida seja acompanhada do fim do saque-aniversário do FGTS para garantir sua sustentabilidade e os investimentos em habitação popular”, informou a Abrainc, em nota.
Comentários: